24 de junho de 2011

A Relação dos Meios de Transporte com a Industrialização de uma região

Os meios de transporte são um fator crucial para que se implante uma indústria em uma determinada região. Para ser determinado estratégico para a implantação de uma indústria, um local tem que ter fácil acesso às rodovias, que escoem a sua produção para as diversas regiões do país e os portos, visando a exportação.
No Brasil, o desenvolvimento do transporte favoreceu o desenvolvimento industrial e econômico, a evolução dos transportes ocorreu simultaneamente com o crescimento das indústrias, pois o aumento populacional gerou um maior fluxo de mercadorias e de matéria prima.
A expansão comercial contribuiu para uma integração entre os estados que integram a região Sudeste. Uma das principais e mais importantes etapas do processo industrial e econômico foi a implantação das empresas fabricantes de veículos automotores, na década de 50, que impulsionou a construção de rodovias. Em pouco tempo as rodovias superaram as ferrovias, tanto é que as ferrovias atuais continuam com a mesma extensão do período da produção de café, cerca de 12,4 mil km.

23 de junho de 2011

A Desconcentração Industrial no Brasil

A desconcentração industrial entre as regiões vem determinando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa infra-estrutura e com centros formadores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e vestuários para o Nordeste, atraídas, sobretudo, pela mão-de-obra extremamente barata.
Além da desconcentração intra-regional, em que as indústrias passaram a se instalar fora da região metropolitana de São Paulo, em cidades do interior ou em outros estados da região Sudeste, ocorreu uma desconcentração no âmbito nacional. Mas esse processo não eliminou as grandes desigualdades da distribuição da produção industrial no país.
A região Sul se beneficiou com o processo de desconcentração econômica do Sudeste, por causa da sua proximidade geográfica e à densa rede de transportes e comunicações. Mais recentemente, com a criação do Mercosul, várias empresas nacionais e estrangeiras têm sido atraídas para a região.
Em 2007, o IBGE fez uma pesquisa do crescimento industrial no Brasil, onde a variação em São Paulo foi nula como relata a notícia divulgada pelo site da Globo: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL33656-9356,00.html


Desconcentração intra-regional de São Paulo

22 de junho de 2011

A Industrialização no Brasil

Depois de entendermos o processo de industrialização em geral e como ele modificou o espaço geográfico no mundo, vamos agora explicar como esse processo interferiu também o nosso país, trazendo mais desenvolvimento econômico com destaque para a região Sudeste.
Existe no Brasil uma grande concentração espacial de indústria no Sudeste, onde essa concentração é maior, por motivos históricos, no Estado de São Paulo. O café ocupou durante muito tempo o lugar de destaque nas exportações, sustentando a economia brasileira, mas com o seu declínio no final da década de 1920, que foi provocado pela crise de 29, esse produto não oferecia maiores lucros, fazendo com que a maioria dos fazendeiros vendesse suas propriedades. Com o dinheiro adquirido na venda das fazendas começaram a investir nas indústrias, onde as primeiras se limitavam ao setor têxtil, alimentação e bens de consumo. Então, o surgimento das indústrias no Sudeste está diretamente ligado a produção cafeeira, decorrente da grande quantidade de trabalhadores da produção do café que foi atraída para trabalhar nas indústrias que iniciavam suas atividades e da rede de transportes, uma vez que as infra-estruturas eram usadas para escoar a produção de café das fazendas para os portos. Com a introdução das indústrias esses mesmos trajetos serviam para transportar matéria prima e mercadoria.
A maior concentração demográfica e de capital, a presença de densas redes ferroviária e rodoviária, um amplo mercado consumidor e de mão-de-obra, o aproveitamento energético dos cursos de água, a expansão da atividade agropecuária e a proximidade dos dois principais portos, Santos e Rio de Janeiro, foram os fatores atrativos para as novas indústrias que formaram na região o maior parque industrial da América Latina.
Entretanto, o processo de industrialização não atingiu toda a região Sudeste, o que produziu espaços geográficos diferenciados e grandes desigualdades dentro da própria região. A maior concentração fabril como relatamos no começo do texto, ocorre na capital paulista e seus arredores, onde se estende em direção a Santos, onde nessa área inclui a região conhecida como ABCD (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema), que vão se destacar pelas indústrias de base, pesadas e de material de transporte. A segunda maior área industrial do país é formada pelo Rio de Janeiro e lugares próximos, como Niterói, São Gonçalo e Nilópolis. Outra área que também se destaca devido à presença de recursos minerais, pelo aproveitamento hidráulico e pela proximidade dos principais centros do país é Belo Horizonte, onde a indústria minerometalúrgica orienta seu crescimento ao longo do vale do rio Doce.
Avenida Paulista, 1920 - São Paulo
Avenida Paulista, 2008 - São Paulo

21 de junho de 2011

Desigualdades e Exclusão Social

As indústrias trazem grandes benefícios à população, mas ao mesmo tempo ocorrem malefícios.
Nos últimos séculos, as cidades tem apresentado para milhões de pessoas a possibilidade de novas oportunidades de trabalho e de melhoria das condições de vida. Porém, se pensarmos historicamente, essas possibilidades não tem se concretizado nas sociedades capitalistas, em que o urbano configura-se como um espaço segregado pelas atividades econômicas e pelas desigualdades sociais.
Contraste entre condomínios de alto padrão e
Paraisópolis no Morumbi - SP
O espaço urbano de uma cidade industrial como São Paulo remete a uma análise das relações sociais de produção que determinarão a garantia de acesso à propriedade privada pela possibilidade de pagamento pelo preço da terra. Ou seja, as classes de maior renda habitam as melhores áreas (geralmente as centrais no caso das grandes cidades). Quando surgem os aspectos negativos como poluição, barulho e congestionamento acabam procurando lugares distantes do centro, buscando melhorias de vida em terrenos mais amplos, arborizados silenciosos e com maior acesso ao lazer. Já para a população com menor poder aquisitivo restam apenas as áreas deterioradas e abandonadas ou ainda na periferia, em que os terrenos são mais baratos devido à ausência de infra estrutura. Para as pessoas que não tem possibilidade de autoconstrução o que resta são as favelas, que não vigoram o direito da propriedade.

17 de junho de 2011

Urbanização: processo vinculado ao Capitalismo e à Industrialização

Urbanização é o aumento da população urbana em relação à população rural. De acordo com esse conceito, um país só é considerado urbanizado se mais da metade da sua população for urbana.
A maior parte dos países na atualidade são urbanizados, mas nem sempre foi assim. Durante a Idade Média (dos séculos V ao XV) os países vivenciaram o Feudalismo, onde a maior parte da população vivia no campo. Com o fim do Feudalismo e o início do Capitalismo – sistema econômico que passou a valorizar a cidade gerando o êxodo rural – os centros urbanos começaram a crescer. São tipos de crescimento urbano: horizontal (aumento do número de casas, fazendo com que as cidades cresçam ao longo do horizonte); vertical (aumento do número de edifícios).
O primeiro país a se tornar urbanizado foi a Inglaterra, na metade do século XIX. Já os países subdesenvolvidos começaram a se urbanizar após a Segunda Guerra Mundial. A rapidez de concretização desse processo juntamente com um grande contingente populacional e a deficiência na infra estrutura geraram graves problemas, como o desemprego, sub emprego, a formação de favelas, dentre outros. Todavia, não se pode negar que a urbanização também trouxe o desenvolvimento, principalmente econômico, dos países.
Emirados Árabes - exemplo de verticalização

15 de junho de 2011

Chuva ácida


Monumento corroído pela chuva ácida

Inicialmente, é preciso lembrar que a água da chuva já é naturalmente ácida. Devido a uma pequena quantidade de dióxido de carbono (CO2) dissolvido na atmosfera, a chuva atinge um pH próximo a 5,6.
 A queima de carvão e de combustíveis fósseis e os poluentes industriais lançam dióxido de enxofre e de nitrogênio na atmosfera. Esses gases combinam-se com o hidrogênio presente na atmosfera sob a forma de vapor de água. O resultado são as chuvas ácidas. As águas da chuva, assim como a geada, neve e neblina ficam carregadas de ácido sulfúrico ou ácido nítrico. Ao caírem na superfície alteram a composição química do solo e das águas, atingem as cadeias alimentares, destroem florestas e lavouras, atacam estruturas metálicas, monumentos e edificações.
Quando não é natural, a chuva ácida é provocada principalmente por fábricas e carros que queimam combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo. Desta poluição um pouco se precipita, depositando-se sobre o solo, árvores, monumentos, etc. Outra parte circula na atmosfera e se mistura com o vapor de água. Passa então a existir o risco da chuva ácida.
 


Esquema prático da chuva ácida

 

13 de junho de 2011

A inversão térmica

A inversão térmica é um fenômeno atmosférico que costuma ocorrer em grandes aglomerações urbanas industriais localizadas em áreas cercadas por serras ou montanhas, como São Paulo. Esse fenômeno pode levar as altas concentrações de poluentes, podendo ocasionar problemas de saúde na população que reside em um ambiente com um grande número de indústrias.
Ela consiste no aprisionamento repentino de uma camada de ar frio por uma camada de ar quente que impede a dispersão dos poluentes lançados na atmosfera pelas indústrias, ocorrendo durante todo o ano, sendo que no inverno elas são mais baixas, principalmente no período noturno.


A poluição da água e do solo

Os rios urbanos são grandes receptores dos esgotos industriais. Esses resíduos, na maioria das vezes clandestinos, tornam as águas dos rios que cortam as cidades impróprias para qualquer tipo de uso. Muitas indústrias despejam nos rios substâncias tóxicas, como o mercúrio e o chumbo, que contaminam a cadeia alimentar e a fauna aquática.
O resíduo industrial é um dos maiores responsáveis pelas agressões fatais ao ambiente. Nele estão incluídos produtos químicos (cianureto, pesticidas, solventes), metais (mercúrio, cádmio, chumbo) e solventes químicos que ameaçam os ciclos naturais onde são despejados. Os resíduos sólidos são amontoados e enterrados; os líquidos são despejados em rios e mares; os gases são lançados no ar. Assim, a saúde do ambiente, e consequentemente dos seres que nele vivem, torna-se ameaçada, podendo levar a grandes tragédias.
As populações que moram em torno das fábricas de baterias artesanais, indústrias de cloro-soda que utilizam mercúrio, indústrias navais, siderúrgicas e metalúrgicas, correm risco de serem contaminadas.


As indústrias e os problemas ambientais


Segundo estabelece a Constituição Federal, “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (cf. art. 225, “caput”).
Os problemas ambientais causados pelas indústrias foram realidade no passado e ainda perduram no presente.
A poluição da água e dos solos, a chuva ácida e a inversão térmica são exemplos de interferências ambientais que podem ter origem no espaço urbano, especialmente em áreas de grande concentração industrial, e são agentes modeladores do espaço geográfico. Trataremos separadamente nas próximas postagens essas interferências para melhor entendimento.


Resultado da poluição da água





11 de junho de 2011

Desconcentração Industrial e as modificações no espaço geográfico


Desconcentração industrial é o nome dado ao processo que se caracteriza tanto pela diminuição do ritmo de crescimento da indústria nos grandes centros urbanos como pelo aumento do número de empresas que preferem transferir suas atividades, instalando novas unidades de produção em cidades menores, geralmente localizadas no interior.

Com a super concentração do capital nas enormes manchas urbanas acabou ocorrendo uma forte elevação no preço dos imóveis, o congestionamento das redes de transporte e comunicações, esgotamento de reservas de matérias primas e energia e a elevação do custo de mão de obra.
Esses fatores fizeram com que houvesse uma reorganização na distribuição geográfica das indústrias, onde essas passaram a buscar cidades, geralmente médias ou pequenas, que ofereçam melhor infra estrutura urbana, com área disponível para a expansão de suas atividades e onde os governos municipais concedem incentivos fiscais.
Uma das características marcantes do atual processo de industrialização é sua intensa concentração no espaço geográfico, e que geralmente assume três formas: os complexos industriais, os parques industriais e os distritos industriais.



9 de junho de 2011

Fatores atrativos para a instalação de indústrias

Os principais fatores responsáveis pela atração das indústrias são fatores geográficos, como veremos a seguir:

Presença de matérias primas: a matéria prima deve permanecer perto das indústrias, fazendo com que o custo do transporte diminua, gerando um custo final menor e aumentando o lucro.

Presença de fonte de energia: é indispensável a utilização desta para mover as máquinas e equipamentos. É preciso verificar qual fonte de energia está disponível no local e a quantidade oferecida.

Mão de obra barata e qualificada: elas estarão estabelecidas em centros urbanos que aglomeram um grande contingente populacional, pois quanto maior a oferta de proletariados menores são os salários. Já a mão de obra qualificada requer trabalhadores com qualificação profissional e são encontradas em menores quantidades.

Presença de mercado consumidor: as indústrias fixam-se próximas a núcleos urbanos direcionados, evitando assim os grandes gastos com transporte.

Presença de infra estrutura de transporte e telecomunicação: o sistema de transporte é de grande utilidade para a produção e distribuição industrial. É preciso uma grande infra estrutura para que haja uma grande escoação da produção. A presença de empresas de telecomunicações ajuda no dinamismo das indústrias.

Incentivos fiscais: o conjunto de políticas econômicas que facilitam a entrada de indústrias em uma determinada área através da cobrança de menores impostos ou de sua não cobrança é crucial na escolha do local de instalação da indústria.

7 de junho de 2011

Conhecendo a Revolução Industrial

A Revolução Industrial pode ser dividida em três fases. A Primeira, iniciada na Inglaterra, é caracterizada pelo surgimento das máquinas a vapor e sua aplicação na produção têxtil. Este processo trouxe consigo modificações significativas na economia e na sociedade, portanto também no espaço geográfico, aumentando a quantidade de profissões, mercadorias produzidas, gerando o crescimento das cidades, estruturação de ferrovias, o campo conheceu o processo de mecanização, dentre outros. A segunda fase da Revolução Industrial é marcada pelo surgimento da eletricidade e o intenso uso do petróleo, a elaboração de novas máquinas e aprimoramento das mesmas, e pela criação e comercialização de invenções, como o automóvel, telefone, rádio, televisão e avião. A terceira fase da Revolução Industrial, que ainda estamos vivendo, caracteriza-se pela integração física entre a ciência e produção, também chamada de revolução tecnocientífica, pelo avanço da robótica, informática e as demais tecnologias.
A indústria tem fatores positivos, tais como a urbanização das cidades, aumento da oferta de empregos, conforto e comodidade aos usuários de seus produtos, porém, também possui pontos negativos, como a poluição da água, solo e ar, desmatamento, desigualdade social.

4 de junho de 2011

O Espaço Geográfico e a Indústria

Para entendermos como a geografia está presente na indústria devemos, primeiramente, entender o que é o espaço geográfico e o processo de industrialização.

Espaço geográfico: corresponde ao espaço construído e alterado pelo homem, podendo ser definido como o palco das realizações humanas nas quais estão as relações entre os homens  e desses com a natureza. O espaço geográfico abriga o homem e todos os elementos naturais, tais como relevo, clima, vegetação e tudo o que nele está inserido.
Ilustração de algumas mudanças no espaço geográfico
através da ação antrópica
Inicialmente o espaço geográfico apresentava apenas os aspectos físicos ou naturais presentes. O surgimento do homem - desde o mais primitivo - e sua interferência no meio a partir do corte de uma árvore para a construção de um abrigo e para caça transformou e impactou esse espaço e é disso que trataremos neste blog.
Primeiramente as transformações do meio através do homem eram quase insignificantes, já que tudo o que era retirado da natureza era apenas para sanar as necessidades básicas de sobrevivência, também chamadas de meios de existência.
O conjunto de atividades realizadas continuamente pelo homem modifica o espaço geográfico.  A partir da Primeira Revolução Industrial o homem intensificou a retirada de recursos naturais a fim de suprir a população, já que uma vez que esta cresce, cresce também o consumo de alimentos e bens de consumo.


Indústria: nasceu entre os séculos XVIII e XIX, com o surgimento das máquinas e a diversificação dos meios de se obter energia. Inicialmente as indústrias se estabeleciam próximas às bacias de carvão mineral – principal fonte de energia da época. As concentrações industriais geraram grandes centros urbanos, com mercados consumidores e mão de obra, infra-estrutura e transporte, gerando uma dinâmica de crescimento chamada de economia de aglomeração.

Porém, alguns fatores fazem com que as indústrias fujam para o interior: o desenvolvimento tecnológico, que possibilitou que o petróleo e a eletricidade se tornassem as fontes de energia mais utilizadas; os meios de transporte se desenvolveram enormemente; na região fabril o sindicato é mais forte, o preço das terras e os impostos elevaram-se e o trânsito torna-se cada vez pior.
Juntamente com os fatores que expulsam as indústrias das grandes cidades há os fatores que atraem, como: a presença de matéria prima, fontes de energia, mão de obra barata e qualificada, mercado consumidor, infra estrutura de transporte e telecomunicações e incentivos fiscais.